2024
Zoografia Amazónica na Arte Indígena Contemporânea
Patrícia Vieira | 17 de setembro
A relevância dos animais na arte amazónica contemporânea atesta a centralidade do território e da sua biodiversidade para o conhecimento indígena. As ontologias ameríndias baseiam-se em relações horizontais e afetivas entre comunidades humanas, animais, plantas, rios e outras entidades da floresta que povoam mitos, rituais e cosmologias. O respeito por essas entidades é fundamental para a arte amazónica, onde estes seres se materializam em pinturas, esculturas e outras criações. Nesta palestra, analiso como xs artistas indígenas amazónicxs articulam experiências e relações que as suas comunidades estabeleceram com animais e outras formas de existência através de variadas narrativas visuais.
Poética pajé: vigília onírica, política cósmica, performagias
André Gardel | 15 de outubro
A formulação de uma poética pajé visa dinamizar relações entre potências imaginárias extraocidentais e ocidentais, no que diz respeito a teias produtivas mitopoéticas que atuam dentro do espaço-tempo geopolítico que hoje é chamado de Brasil. Busca, a um só tempo, fortalecer “o encontro entre diferentes saberes e o saber do encontro,” ao mover algumas peças do sistema filosófico prático do xamanismo do fundo do cenário estético e cosmopolítico da floresta e colocá-las, em interação, na boca de cena de uma figuração metamórfica plurinacional brasileira, cuja circulação pretende gerar sentidos por meio de copresenças interétnicas, interartísticas e intertextuais. Para esse fim, deixa-se impregnar, em sua tessitura de construção de linguagem, por ressonâncias multidisciplinares da literatura, da performance e da “etnografia multiespécies” ou “da antropologia para além do humano.”
As categorias ambientais no pensamento contracolonial de Nego Bispo
Harlon Sousa | 24 de setembro
Antônio Bispo dos Santos, liderança quilombola radicado no estado do Piauí, consolidou-se como um dos pensadores mais importantes do Brasil contemporâneo com as suas ideias contracoloniais. Categorias como a confluência, transfluência, biointeração e envolvimento apresentam-se como operadores conceituais fundantes de uma gramática e epistemologia essencialmente afropindorâmica politeísta, baseadas na circularidade orgânica do começo, meio, começo. Evocaremos este pensamento para dialogar sobre o ambientalismo brasileiro no intuito de contribuir para a construção de alternativas teórico-metodológicas de reflexão e ação no cenário atual.
Além da Superfície: Investigando a contaminação de mercúrio na Amazônia através da arte e da literatura
Mayara Ribeiro | 18 de junho
Como a arte amazónica narra visual e verbalmente a contaminação da paisagem humana e não-humana por metais pesados? Como o processo criativo e o efeito artístico da imagem e da palavra podem transmitir poeticidade explorando símbolos, imagens e narrativas que associam a força política da arte e a promoção da conscientização ambiental? Considerando o conhecimento tradicional, a espiritualidade, e as conexões com os territórios e os povos originários, a proposta desta conversa é investigar o significado cultural e simbólico incorporado em obras de Davi Kopenawa, Denilson Baniwa, Jorge Bodanzky, entre outros, em torno da contaminação da Amazónia por mercúrio.
Viagens, voragens e banzeiros: A imersão na floresta amazónica e a natureza dos meios
Gustavo Furtado | 22 de maio
Em inúmeros relatos de viagem sobre a imersão na floresta amazônica, o sujeito metropolitano enfrenta uma experiência opressora devido ao calor intenso, vegetação densa, ruídos da fauna e insetos persistentes, resultando em desorientação, roupas rasgadas e febre. Alguns são até mesmo engolidos pela selva, como exemplificado no romance La vorágine de José Eustasio Rivera. Apesar de ser um clichê colonial, esses relatos possibilitam uma reflexão crítica sobre os meios de comunicação e sua mediação inadequada. Em diálogo com pesquisadores como John Durham Peters e Melody Jue, a análise dessas narrativas propõe uma reconfiguração da teoria dos meios, considerando a especificidade ecológica e humana da floresta.
Patrimonio lingüístico en manos privadas: comparando materiales de lenguas Arawak (Perú) con el caso de California
Zachary O’Hagan | 22 de março
“Base da fortuna de um vasto império”: a monocultura de plantas na literatura brasileira
Lúcia Sá | 16 de fevereiro
A vocação do Brasil como produtor agrícola de exportação aparece já na “Carta de Caminha,” para o Rei Dom Manuel no século dezasseis. Esta promessa se cumpriria décadas mais tarde com o cultivo extensivo da cana-de-açúcar, peça central de uma economia de exportação que se extende até os dias de hoje com o complexo açúcar-etanol. Esta palestra se concentra em representações da monocultura agrícola na literatura brasileira, do Romantismo até meados do século vinte. Retratos literários da monocultura são geralmente associados ao neo-realismo nordestino, mas começam já no período romântico, com as previsões de Franklin Távora sobre a importância da cana-de-açúcar na construção de “um grande império.” O foco da análise será nas plantações em si, isto é, na relação da monocultura com as florestas nativas ou com a paisagem ao redor.
Das monoculturas aos novos ecossistemas
Joaquim Sande Silva | 16 de fevereiro
O eucalipto-comum (Eucalyptus globulus) foi introduzido em Portugal em meados do século dezanove, juntamente com muitas outras espécies de eucaliptos. No entanto, rapidamente se destacou das outras espécies, devido ao rápido crescimento e à excelente adaptação às condições ambientais portuguesas. Os incêndios têm favorecido a expansão da espécie, devido à sua adaptação ao fogo. Essa adaptação, e o abandono de muitas plantações, fazem com que muitas áreas de eucalipto não correspondam atualmente ao paradigma da monocultura para produção de madeira. Muitas dessas áreas são novos ecossistemas que evoluem naturalmente sem qualquer intervenção humana, e sem qualquer aproveitamento económico. Os desafios que estes novos ecossistemas apresentam são enormes, por trazerem associada uma perda de valor do território e pelas dificuldades em reverter essa perda.
Espécies insurgentes: repensar a recuperação a partir das experiências dos animais nos incêndios florestais
Verónica Policarpo | 16 de fevereiro
Como podemos compreender melhor a noção contemporânea de monocultura a partir da experiência subjectiva dos animais de viver em territórios feridos e/ou ameaçados pelas catástrofes ambientais? Partindo da reflexão e experiência resultantes do projecto ERC em curso “ABIDE: Animal ABidings: recoverIng from DisastErs in more-than-human communities,” a palestra conceptualiza as experiências animais a partir das suas capacidades e práticas imbuídas de significados próprios, como partes constitutivas de uma diversidade ecológica que potencia uma transformação insurgente, à revelia dos modos humanos de regulação das outras espécies, da paisagem e do território.
“Homens-abacaxi”, novidades coloniais e trans-plantas: ficções de frutas de plantação
Susan McHugh | 16 de fevereiro
Ao detalhar a história de uma plantação baseada no roubo de terras e no tráfico de seres humanos, a secção final do popular romance de James Michener, Hawaii (1959), apresenta uma visão dos descendentes de trabalhadores de diferentes grupos étnicos estrangeiros misturando-se numa “raça de homens abacaxi. Não se trata de ficção científica na narrativa de Michener, mas sim da ascensão e queda da Hawaiian Pineapple Company na vida real e da libertação social dos trabalhadores imigrantes, que ele identifica com os frutos literais – e também não-nativos – do seu trabalho. À luz dos atuais problemas de saúde humana e ambiental decorrentes da monocultura do abacaxi, a palestra analisa o sofrimentos de plantas, animais e pessoas no romance.
A magia da monocultura: escrever a história de uma aposta global
Frank Uekoetter | 15 de fevereiro
As monoculturas dominam o mundo da alimentação, e ninguém sabe porquê: não existe uma teoria convincente da monocultura e existem muitas provas conceptuais e empíricas dos benefícios da diversidade biológica. Então, talvez um historiador possa entender um empreendimento que confunde os agrónomos? Esta apresentação explora uma história eminentemente aberta.
(Re)perspetivar a monocultura de eucaliptos em Portugal
Susana de Matos Viegas | 15 de fevereiro
A invasão do território português pelos eucaliptos tem sido perspetivada de formas aparentemente múltiplas sem que se considere, no entanto, a monocultura como o problema principal. Nesta comunicação, parte-se do questionamento do que é floresta a partir de vivências indígenas sobre biodiversidade em contextos da floresta Amazónia e da Mata Atlântica no Brasil e de floresta tropical de monção em Timor-Leste – três paisagens exemplares na manutenção da biodiversidade. Este argumento desenvolve-se a partir de análises etnográficas sustentadas em trabalho de campo de longa duração realizado nestes contextos e a partir da análise de documentos oficiais sobre floresta em Portugal, nomeadamente o relatório dos megaincêndios de 2017.
O Brasil na história do plantationceno: permanências e metamorfoses do modelo colonial
José Augusto Pádua | 15 de fevereiro
O estabelecimento do modelo de plantações em espaços coloniais – combinando desflorestamento, monoculturas e escravismo – teve um papel histórico fundamental na criação de uma economia-mundo sob domínio europeu. No contexto atual, a presença das monoculturas em grande escala e da “mente monocultural” constitui um traço essencial da ordem socioeconómica que reproduz e amplia o Antropoceno como condição histórica. Desde a montagem do sistema de produção açucareira, o Brasil vem sendo um laboratório de experimentos sociais, territoriais e ecológicos baseados na monocultura com espécies exóticas. A apresentação pretende discutir as possíveis características comuns que podem ser observadas nessas experiências – como a negação dos ecossistemas nativos e da diversidade ecológica e cultural – examinando a sua continuidade ou não com a herança colonial.
Planetariedade e diversidade: sobre algumas condições para o avanço de ação sobre o clima
Dipesh Chakrabarty | 15 de fevereiro
Os cientistas que estudam o sistema terrestre geralmente retratam este sistema como unitário. É este pensamento que estabelece metas como a descarbonização da economia global até 2050 e subjaz aos orçamentos de carbono que o IPCC elabora para a humanidade. Mas estas medidas criam um problema para pensar a política climática, pois a política baseia-se nas diferenças humanas. Não existe um “nós” humano global e indiferenciado que seja capaz de responder a estes desafios. O lugar deste “nós” humano ausente é hoje ocupado pela tecnologia e por economistas com planos para reformas de mercado, geoengenharia, captura e sequestro de carbono, e assim por diante. Esta palestra argumenta que o sistema terrestre, embora singular, não é um todo homogéneo. É, nesse sentido, uma unidade não totalizante. A política não tem de renunciar à sua base na diversidade e na diferença para responder a perspectivas planetárias e pensar formas de política climática que não deixem de lado questões de diversidade e de diferença.
Processo desconstituinte de direitos indígenas no Brasil
Carolina Santana e Manuela Carneiro da Cunha | 06 de dezembro
A Assembleia Nacional Constituinte ocorrida em 1987 e 1988 no Brasil foi palco de disputas conceituais e disputas de visões de mundo sobre direitos indígenas. Verificamos que estes argumentos fundantes que são rediscutidos incessantemente desde a Assembleia Nacional Constituinte como se não tivessem já sito objeto de debate e votação.
A Amazónia entre a fotografia, o ensaio e o estudo
Jorge Nájar e Elena Galvéz | 14 de novembro
O escritor peruano Jorge Nájar e a historiadora Elena Galvéz discutem a representação da época de exploração de borracha na Amazónia de uma perspetiva literária, histórica e artística.
Literatura da borracha: Amazónia peruana e Portugal
Percy Vílchez e Gerard Rodríguez | 14 de novembro
Os escritores peruanos Percy Vílchez e Gerard Rodríguez refletem sobre o período da exploração da borracha na Amazónia e sobre a forma como retratam esta época histórica nas suas obras.
Animais Amazónicos na Literatura Brasileira Contemporânea
Maria Esther Maciel | 04 de outubro
A palestra percorre algumas obras poético-ficcionais brasileiras do século XXI voltadas para o enfoque dos animais da Amazônia. O propósito é abordar as diferentes formas de interação entre humanos e não humanos apresentadas nestes textos. Entre os autores incluídos, estão Astrid Cabral, Olga Savary, Micheliny Verunschk, André Gardel e Pedro Cesarino.
Futuros possíveis: imaginação e especulação para resistir no Antropoceno
Renato Sztutman | 30 de maio
Artes visuais indígenas e os paradoxos da construção das indigeneidades a partir da arte contemporânea
María Eugenia Yllia | 24 de abril
Apresentação de um panorama crítico das artes visuais indígenas amazônicas peruanas desde sua irrupção em Lima no final do século passado.
Uma outra história das cidades perdidas da Amazônia: desenvolvimento e utopia no Brasil contemporâneo
Danielle Heberle Viegas | 13 de fevereiro
Nesta sessão, a oradora propõe uma análise do surgimento e desaparecimento de cidades na Amazónia brasileira ao longo do século XX até à atualidade, no contexto das políticas desenvolvimentistas e do modelo de urbanização técnico-autoritário.
Modernidades indígenas: las acechanzas de las lógicas cibernéticas y los aportes de la medicina ancestral
Pedro Favarón | 21 de julho
Nesta palestra estabelece-se uma ponte entre diferentes formas de modernidade, passando pela cibernética e pelo pensamento indígena amazónico.
¿Futurismos indígenas? Narrativas de anticipación y cine
Renato Sztutman | 20 de julho
Esta palestra discute a noção de futuro tendo como pano de fundo as cosmologias de diferentes povos indígenas, do Brasil à Austrália.
2022
Agricultura de brincadeira das baixas terras da América do Sul?
Manuela Carneiro da Cunha | 13 de outubro
No seu derradeiro livro, publicado em colaboração com um arqueólogo, o importante antropólogo David Graeber chama a agricultura praticada pelos povos indígenas das baixas terras sul-americanas de agricultura de brincadeira. Manuela se detém nas características de alguns exemplos dessa agricultura para entender sua natureza e as relações que esses povos tecem e mantêm com os vegetais.
Uma metodologia para a leitura territorial através dos vestígios da inscrição humana na natureza
Esperanza Martínez | 13 de outubro
Em sua palestra, Martinéz propõe uma leitura do território com base nos “vestígios” que os humanos inscrevem na natureza. Esses vestígios são figuras e símbolos pré-hispânicos ou indígenas, vistos tanto como uma possibilidade de investigar as concepções de natureza e humanidade das sociedades, quanto de realizar uma “terapia epistêmica”. Por fim, tal terapia é entendida como um questionamento das formas tradicionais de entender a produção de símbolos cerca da natureza e da cultura.
Os cantos: uma forma de relacionamento com a floresta e com a memória histórica amazónica a partir da cultura Shiwiar
Rosa Elvira Gualinga Chuji | 13 de outubro
Rosa Gualinga, vice-presidente da nacionalidade Shiwiar da Amazônia equatoriana, cantora e conhecedora das terapéuticas tradicionais, apresenta as comunidades indígenas como protetoras da natureza amazónica. A liderança também apresenta os processos de aprendizagem sobre as qualidades das plantas em um contexto comunitário amazônico. Por fim, o canto opera como um elemento de cura na cultura Shiwiar.
O olhar colonial sobre a vegetação amazônica: estranhamento, seletividade e utilitarismo
José Augusto Pádua | 13 de outubro
Em sua apresentação Pádua propôs entender através de uma retórica textual e imagética como a Amazônia tem sido compreendida no pensamento ocidental. Trata-se de uma visita histórica acerca da construção discursiva da natureza amazônica através das ações de nomeação, classificação e comparação com a natureza ocidental, a fim de transformar a Amazônia em um objeto acessível e legível ao Ocidente.
Narrativas e relacionamientos com a floresta amazónica pela perspetiva Kichwa
Zoila Castillo Tuti | 13 de outubro
A intervenção desta liderança política se concentra em mostrar como as plantas de seu território têm diferentes usos: ritual, curativo, alimentar, mágico, etc. Ela nos mostra a floresta amazônica como a principal fonte da qual as comunidades indígenas obtêm os elementos indispensáveis para suas vidas, tanto material como subjetivamente.
"Saudades das árvores compridas": retomar a terra e a vida com os Tikmū'ūn-Maxakali
Roberto Romero | 14 de outubro
Milhares de habitantes das florestas de Mata Atlântica que cobriam toda a região da atual fronteira entre os estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo (Brasil), os Tikmū’ūn – mais conhecidos como Maxakali – viram o seu território se converter num imenso deserto de capim colonião à medida em que a frente colonizadora avançou pela região a partir do século XIX. Apesar de habitarem, hoje, uma terra arrasada, os Tikmū’ūn preservaram em seus corpos, palavras e memórias a diversidade dos seres visíveis e invisíveis que habitam ou já habitaram suas florestas. Através de um vastíssimo complexo musical e ritual conhecido como yãmīyxop, estes homens e mulheres atualizam diariamente a presença da floresta em suas vidas, a despeito de toda a destruição do território que lutam para retomar e reflorestar. Nesta apresentação, revisito o histórico da devastação dos vales do Mucuri e Jequitinhonha, aproximando o passado da região com o futuro projetado para a floresta amazônica. A partir dos cantos e histórias dos yãmīyxop, reconstituo os vínculos dos povos Tikmū’ūn com a floresta e seus habitantes ancestrais. Por fim, apresento as recentes iniciativas destes povos para retomar a terra e a vida em seus territórios, em particular a experiência recente da Aldeia-Escola-Floresta, uma iniciativa que combina arte, política e educação “para fazer voltar a mata, as águas e os bichos”, como suas principais lideranças costumam formular.
O agrocídio e o planeta-pipoca: Pensando com Colheita Maldita, de Denilson Baniwa
Jamille Pinheiro | 14 de outubro
A legitimação do agronegócio predatório, da mineração ilegal e do racismo anti-indígena no Brasil encontra raízes na história da escravidão e da ditadura militar, bem como no discurso desenvolvimentista e no mito da democracia racial que persistem no país. Considerando esse contexto, discutiremos o curta-metragem Colheita Maldita, realizado pelo artista indígena amazonense Denilson Baniwa como comissionamento do projeto Culturas do Antirracismo na América Latina, da Universidade de Manchester, de cuja gravação a pesquisadora e curadora indígena mato-grossense Naine Terena e eu participamos. A obra faz referência paródica ao filme de Fritz Kiersch lançado em 1984, conhecido em Portugal como Os Filhos da Terra. Conforme veremos na apresentação, essa experiência de criação e resistência estética lança um alerta diante do agrocídio cometido pelo crescimento desenfreado do modelo de produção de monocultura.
Plantas em narrativas cosmogônicas amazônicas
Lúcia Sá | 14 de outubro
Esta apresentação examina o papel de várias plantas em narrativas cosmogônicas da região Amazônica – tanto narrativas históricas coletadas por intermediários não-indígenas, quanto narrativas publicadas mais recentemente por autores indígenas.
Como a Amazônia foi formada pelos povos da floresta
Eduardo Góes Neves | 14 de outubro
Esta palestra analisa a arqueologia da Amazônia a partir da ação ameríndia sobre o território e a vegetação. Um dos principais argumentos discutidos é o de que a reconhecida biodiversidade amazônica está enraizada na diversidade cultural da região.
Hidrelétricas Re-imaginadas: Arte e Ecofeminismo em Belo Monte
Victoria Saramago | 3 de maio
Esta apresentação discute como o impacto da construção de usinas hidreléctricas de grande porte tem sido abordado em obras contemporâneas no âmbito da literatura e das artes visuais. Baseando-se no caso da hidrelétrica de Belo Monte, Saramago examina questões tais como a luta por visibilidade e processos de narrativização através de uma tendência ecofeminista na produção atual.
De Correntes e Remoínhos: Forças Hidráulicas e Trabalho Humano na Amazónia
Javier Uriarte | 3 de maio
Com foco nos escritos do engenheiro colombiano Miguel Triana do início do século XX, e levando em conta as drásticas mudanças na paisagem amazônica atual, como consequência da construção de hidrelétricas como a de Belo Monte, este trabalho tem como objetivo estudar comparativamente maneiras como essas correntes fluviais foram descritas, imaginadas e pensadas na região amazônica.
El Río: discursos sobre as relações multiespécies
Juan-Carlos Galeano | 3 de maio
El Río é um documentário sobre rios amazônicos que provoca uma reflexão sobre os sofisticados sistemas de conhecimento e letramentos científicos que as comunidades amazônicas desenvolveram para interpretar a globalização, as mudanças climáticas e as controversas relações humanas com os rios, ecossistemas e múltiplas espécies que os habitam.