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A ideia de que boa parte das florestas amazônicas permaneceram intocadas ao longo da história humana tem fascinado naturalistas, gestores, jornalistas e cientistas naturais e sociais em todo o mundo. Por muitos séculos, a ciência ocidental negligenciou a contribuição dos povos indígenas na construção dos ecossistemas amazônicos, e esforços de conservação da natureza ignoraram a importância desses povos na manutenção da biodiversidade. Recentemente, pesquisas arqueológicas reestruturam a história indígena profunda da região que se iniciou há pelo menos 12.000 anos atrás. Nesta apresentação, descrevo evidências do manejo e cultivo indígena em extensas áreas da Amazônia consideradas intocadas, e demonstro como essas práticas milenares têm contribuído para a floresta e a biodiversidade que vemos hoje. Inspirada por visões de mundo indígenas, argumento como a cultura e natureza são inseparáveis e permeadas por teorias e práticas indígenas aprimoradas e transmitidas de geração a geração há milênios. À luz de “pontos de esperança socioecológicos” inspiradores, destaco como a ciência e as políticas de conservação devem reconhecer e valorizar as teorias e práticas indígenas fundamentais na manutenção de ecossistemas resilientes diante das múltiplas crises que vivenciamos.

Palestrante: Carolina Levis (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)
Moderação: Rivelino Barreto (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)
 

13 de junho

15h (hora de Lisboa) / 11h (hora de Brasília)

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